a diversidade do folclore brasileiro

A diversidade do folclore brasileiro: conheça as lendas que fazem parte da nossa cultura

Desafiamos você a visitar algum lugar do Brasil que não tenha uma lenda por trás, principalmente se for para o interior do país. Isso porque a diversidade do folclore brasileiro, que mostra as expressões culturais populares, é enorme.

Por exemplo, Porto Alegre é uma cidade repleta de histórias mal assombradas em torno do Centro Histórico. Existe até um passeio turístico em que os participantes conhecem os pontos misteriosos da cidade. Em outras regiões do Brasil, lendas envolvendo Curupira, Saci, Mula Sem Cabeça, entre outras são bastante comuns.

É difícil não sentir uma nostalgia com as lendas contadas, não é?! Afinal, elas fizeram parte da infância de muitos. Relembre ou conheça novas histórias para entender mais sobre a cultura do Brasil!

O que é folclore brasileiro?

Folclore é um termo que descreve expressões culturais que formam a identidade brasileira, como comidas típicas, lendas, brincadeiras, danças, ritmos musicais, festas e muito mais. Um exemplo são as próprias escolas de Samba, que atraem povos estrangeiros para o Brasil, encantando-os com uma cultura única e especial.

No Carnaval, a cultura brasileira é tema central de uma das festividades mais populares no Brasil, que traz turistas de quilômetros de distância para conhecer. Além disso, o Carnaval, exemplo de manifestação folclórica, movimenta aproximadamente R$ 8,18 bilhões em todo país. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Ou seja, além do folclore brasileiro ser descrito como o conjunto de mitos, lendas e brincadeiras, é também motivo de orgulho nacional. Primeiramente, porque faz parte da identidade cultural do país. E, em segundo lugar, porque gera renda para a população, atraindo pessoas de diversas localidades.

Qual é a história do folclore brasileiro?

O folclore brasileiro é cheio de diversidade e varia, em especial, conforme a região — por exemplo, Curupira é chamado Caipora, no Centro-oeste do Brasil. Isso porque muitas manifestações culturais foram registradas oralmente e transmitidas de geração para geração.

Tudo isso representa o patrimônio imaterial da população, já que simboliza características de uma região ou período específico. Por exemplo, a capoeira é uma manifestação dos povos afro-brasileiros, usada como defesa contra a violência sofrida pelos escravizados nos tempos coloniais e imperiais.

Percebe como é importante valorizar, conhecer e passar para frente as representações do folclore brasileiro? Ao fazer isso, você se aprofunda um pouco mais na história do Brasil, com tanto a ser explorada.

Quais são as lendas sobre o folclore brasileiro?

Como visto, o folclore brasileiro tem diversidade de sobra, com destaque para as lendas. A seguir, confira algumas delas!

Curupira

A lenda do Curupira, surgida na Amazônia, é uma das mais conhecidas, talvez você até tenha ouvido falar dela nos tempos da escola. Trata-se do personagem com os pés virados para trás, além de dentes esverdeados, pele e cabelos vermelhos.

Na infância, muitas crianças poderiam ter medo do personagem. No entanto, ele é, na verdade, conhecido como protetor das florestas. Isso porque, segundo a lenda, o Curupira só surge para castigar quem pretende explorar a área, com exceção de quem faz isso para garantir a própria sobrevivência.

A teoria é de que essa lenda surgiu entre os povos indígenas e pode ter surgido antes do século XVI, conforme relatos de cronistas portugueses da época. Assim, os indígenas acreditavam que os cadáveres encontrados pela floresta eram alvos do Curupira, por vandalizarem a área.

Por via das dúvidas, esse grupo deixava flechas, penas, cachaça e fumo na floresta como presentes para o guardião do lugar. Desse jeito, os indígenas se sentiam mais protegidos.

Até porque, segundo a lenda, a abordagem do Curupira é bem difícil de escapar: se disfarça de caça para atrair o caçador e faz um assovio ensurdecer. Mas se encontrar com ele por aí em alguma floresta, dizem que fazer um nó em um pedaço de cipó pode servir como perdão.

Boto Cor-de-Rosa

Imaginou um animal delicado e atraente? É essa a aparência inicial do Boto-Cor-de-Rosa, que se transforma em um homem bonito e sedutor, algo que ocorre principalmente entre a população ribeirinha nas festas juninas ou nas noites de lua cheia.

Diante de tamanha sedução, as mulheres são conduzidas junto ao boto para o fundo do mar, onde ocorrem relações afetivas. Assim, a mulher pode engravidar e se tornar mãe solo, já que no dia seguinte, o boto volta a sua forma original.

Trata-se de outra lenda popular na Amazônia e surgida entre os povos indígenas. Por mais engraçada que ela possa parecer, a história serve para conscientizar as pessoas sobre o uso de contraceptivos para prevenir gravidez indesejada. Por isso, se a prevenção não ocorre e alguém tem filho sem o pai assumir, a criança pode ser chamada de ‘’filho do boto”.

Saci Pererê

A teoria é de que essa lenda surgiu no final do século XVII, popularizada pelo autor Monteiro Lobato — lembra do Sítio do Pica-Pau Amarelo? Trata-se de uma criança negra, habitante da floresta, muito travessa e que só tem uma das pernas. Além disso, ele usa um gorro vermelho e vive fumando um cachimbo.

Algumas das brincadeiras pregadas contra viajantes e moradores da zona rural, onde ele habita, é sugar o sangue dos cavalos e assustá-los. A prova? O Saci deixa um nó na crina dos animais. E ainda, muitas outras travessuras são colocadas na conta do personagem: comida estragada, sumiço de objetos, ventanias, porteiras abertas etc.

A teoria é que a lenda do Saci surgiu na região Sul, misturando elementos indígenas, africanos e europeus. Acredita-se que ele protegia a floresta e, se necessário, lutava capoeira para se defender, explicando a ausência de uma das pernas.

Mula sem cabeça

Talvez você escute a história também com o nome de burrinha de padre e burrinha, mas a lenda é a mesma. Trata-se de uma mulher transformada em mula, da quinta para a sexta, como punição por se envolver intimamente com representantes da Igreja.

Ela fica nessa forma física até o canto de um galo. Enquanto isso, segundo a lenda, a mula ataca todos que passam por perto. Quer saber como evitar essa transformação? O padre precisa amaldiçoá-la 7 vezes antes de começar a missa.

No entanto, não parece existir nenhum tipo de punição para os sacerdotes, que cobram os votos católicos. Ou seja, assim como muitas outras histórias e manifestações culturais, essa lenda reforça padrões morais na intenção de amedrontar e punir as mulheres.

E aí, gostou de conhecer um pouco mais sobre a diversidade do folclore brasileiro? Como visto, o Brasil é rico em lendas, brincadeiras, mitos e muitas outras manifestações culturais nas variadas regiões do país.

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